Reforma Protestante

Oposições

>A crise

   Durante a Idade Média a autoridade da Igreja era quase inquestionável. Quem ousasse discordar de seus ensinamentos e da pratica da Igreja era considerado herege, por isso eram perseguidos pela a Igreja.
   As críticas de hereges eram principalmente:
  • A venda de cargos eclesiásticos para pessoas que não tinham preparação religiosa.
  • No luxo e na riqueza que os membros do alto clero desfrutavam.
  • No despreparo intelectual de grande parte dos padres.
   Esses movimentos não evoluíram por falta de apoio da sociedade, ainda dominada pela mentalidade medieval, e à forte repressão movida pelos governantes.
   No século XV, o fortalecimento da burguesia e o interesse dos Reis em ampliar seu poder foram decisivos para fortalecer a critica à Igreja Católica e provocar sua divisão.
  • A burguesia pretendia aumentar seus lucros e acumular riquezas. Isso era condenado pela Igreja Católica, embora ela mesma fosse riquíssima e grande proprietária de terras.
  • Os Reis precisavam aumentar seu poder, mas viam na força da Igreja um obstáculo para conquistar esse objetivo.
   Tais mudanças foram fundamentais para que as críticas se transformassem em ruptura e levassem à reforma religiosa do século XVI.

>Revolta contra Igreja

   Em 1517, o papa Leão X decretou a venda de indulgências, que assegurariam o perdão dos pecados em troca de uma quantia em dinheiro, que seria usado no término da construção da Basílica de São Pedro.
   O monge Martinho Lutero revoltado, pregou na porta da Catedral de Wittenberg um documento com 95 pontos contrários aos ensinamentos e as práticas da Igreja.
   Em 1520, Lutero foi considerado herege e expulso da Igreja. Apoiado por príncipes alemães, ele continuou difundindo sua doutrina. Assim começou a Reforma Protestante.

>O Luteranismo

Selo de Lutero
   Não aceitando as atitudes da Igreja Católica, Lutero pregou na porta da catedral de Wittenberg as 95 teses. Então desistiu do catolicismo e criou e pregou uma nova doutrina: o Luteranismo.
   A doutrina luterana tinha três pontos principais:

  • Justificação pela fé- A pessoa é salva por meio da fé e não pelas obras que pratica.
  • Sacerdócio universal- Todos os crentes podem interpretar por si mesmos os textos sagrados.
  • Negação da infabilidade do Papa- A única fonte da verdade é a Bíblia, e não  a tradição ensinada pela Igreja.
   Além disso, Lutero manteve apenas dois dos sete sacramentos católicos: o batismo e eucaristia. Ele também negou a infabilidade do Papa, a existência de uma hierarquia dentro da Igreja e suprimiu o culto a Virgem e aos santos.

>O Calvinismo

   Defensor da reforma de Lutero, o francês João Calvino (1509-1564), protegendo-se das perseguições religiosas que ocorriam na França, refugiou-se na Suíça. Nessa região entrou em contato com outras ideias protestantes, que o ajudaram a formar uma nova doutrina.
   Calvino manteve quase todos os princípios luteranos. Ele, porém, estabeleceu uma diferenciação radical ao criar a ideia da predestinação absoluta. Para Calvino, Deus já havia , desde sempre, escolhido as pessoas que seriam salvas  e aquelas que estavam condenadas à morte eterna.
   Segundo esse princípio a fé não levava a salvação, mas era sinal na graça divina. O eleito, então é aquele que trabalha com dedicação , para a alegria de Deus. A riqueza e o lucro deixavam de ser pecado, como interpretava a Igreja, e passavam a ser vistos como um meio de glorificar a Deus.
   O Calvinismo teve ampla aceitação na Suíça. De lá, a doutrina penetrou em outras regiões da Europa. Na França, os calvinistas ficaram conhecidos como huguenotes; na Inglaterra, como puritanos; e na Escócia, como presbiterianos.

>O Anglicanismo

   O movimento reformador na Inglaterra teve origem essencialmente política. O rei Henrique VIII, da dinastia Tudor, desejava divorciar-se de sua esposa Catarina de Aragão (filha dos reis católicos da Espanha), porque ela não conseguia lhe dar sucessores homens.
   Henrique VIII queria se casar com a dama da corte, Ana Bolena. Diante da recusa do papa em lhe conceder o divórcio, Henrique VIII em 1531, rompeu com a Igreja de Roma. Três anos depois, em 1534, o Parlamento Inglês aprovou o Ato de Supremacia, proclamou o rei o único e supremo chefe da Igreja na Inglaterra.